Waack: China demole principal plano de Trump e as big techs
O dilema para Trump é saber agora o que fazer; sufocar a China não está dando certo - gastar um dinheirão também sugere que não
Donald Trump tem um plano simples: é ser o fortão valentão e garantir para os Estados Unidos o lugar único de superpotência. Mas todo mundo tem um plano até levar um soco na boca, e Trump levou um hoje.
Uma pequena firma chinesa derrubou hoje em quase US$ 1 trilhão o valor das grandes empresas americanas de tecnologia. Uma delas, a Nvidia, que fabrica chips para inteligência artificial, perdeu sozinha US$ 600 bilhões — o recorde para uma empresa listada em bolsa.
É que a pequena firma chinesa demonstrou ter desenvolvido um chatbot acessível, tão bom quanto os das gigantes do setor, todas americanas. Mas com custo muito mais baixo.
Tem mais. Esse avanço foi obtido dentro de compras de chips autorizadas pelas leis americanas. É um soco de muito impacto.
É justamente na área de inteligência artificial que Trump pretende manter os Estados Unidos na frente da China na corrida tecnológica, de enorme importância para segurança nacional, além da economia. Isso foi destaque no seu discurso de posse. Parece, porém, que os chineses estão correndo melhor.
Trump prometeu também gastar US$ 0,5 trilhão para ajudar as big techs — seus donos pularam entusiasmados para o lado de Trump — a desenvolverem inteligência artificial. O que os mercados, que saíram correndo das ações dessas big techs, sinalizaram hoje é que a dominância dessas empresas está ameaçada. Por uma fração dos custos delas.
O dilema para Trump é saber agora o que fazer. Sufocar a China não está dando certo. Gastar um dinheirão também sugere que não. Fácil é dar um soco na mesa para cima de países latino-americanos.